22 janeiro 2015

Uma homenagem


Árvore 


Olho para o passado te procurando 
Tentando rever o brilho dos olhos teus, 
Buscando sentir teu perfume no ar, 
Querendo sentir teus afagos novamente, 
Mas todo esforço que faço é em vão 
Pois de nada me adiantam. 
Não me trazem sequer o teu sorriso, 
Nem as lembranças que procuro, 
É como se tudo o que você foi 
Estivesse agora imerso num buraco negro, 
É como se tudo o que vivi ao teu lado 
Tivesse se perdido, arrancado de mim 
Sofro tentando te reconhecer em mim. 
Tentando achar alguma marca algum gesto 
Que me mostre que já fiz parte de você 
Te tenho como uma estranha e isso me incomoda 
Pois já fomos um só ser, e eu esqueci. 
A dor arrancou-te do meu peito

Te baniu da minha mente, mandou-te ao exílio, 

Meu coração já te deu anistia, mas foi em vão 
Foste para tão longe, que agora não consegues voltar, 
A tua partida já foi há tantos anos... 
E neste tempo eu só fiz chorar 
Chorei por não te ter mais ao meu lado, 
Chorei pela dor que deixaste em meu peito, 
Chorei como a criança que fui, 
E chorei como a mulher que me tornei.

Chorei tanto e tão loucamente, que quase me afoguei 

Reli tudo que escreveste, e vi o quanto amaste 
Vi também que te servi de inspiração, 
E que sou fruto de um amor intenso e sincero, 
mas este fruto se amargou com o tempo, 
Por não ser capaz de lembrar de sua árvore
Te tatuei, para te imortalizar em meu corpo, 
Como forma de perdão, por não tê-lo feito em minha mente. 
Por isso minha árvore majestosa , 
Que agora floresce em outro reino, eu te rogo, suplico 
Perdoe este fruto que não é capaz de reconhecer 
A própria árvore que o gerou.


Fruto

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