20 janeiro 2015

Resenha: A Arma Escarlate

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Título: A Arma Escarlate
Autora: Renata Ventura
Editora: Novo Século
Ano: 2011
Páginas: 552

Conheci a autora na Bienal do livro de São Paulo deste ano. Ela estava ali para divulgar a continuação deste romance, o que mais me chamou atenção foi sua simplicidade e simpatia em atender a todos ao falar de seu trabalho. Por isso, resolvi trazer um exemplar do livro em minha bolsa, junto com tantos outros adquiridos no evento. Justamente por isso, eu só o peguei para ler em novembro, e fiquei simplesmente apaixonada.

O livro se passa em 1997 no Rio de Janeiro, tendo o Corcovado como plano de fundo, seja por meio da favela Dona Marta ou pela Escola de Magia Nossa Senhora do Korkovado. Ele relata a história de Idá, um garoto, que cresceu na favela e que como tantos se envolve com os bandidos, tráfico de drogas e problemas com a polícia, e é justamente no meio de um tiroteio  entre policiais e traficantes, que Idá descobre que é bruxo. E se vê obrigado a deixar o morro para evitar a morte.

Idá se torna Hugo Escarlate, um garoto malandro, que em nada lembra o esteriótipo de bom menino que cercam muitos heróis juvenis, ao contrário, é controverso, e por vezes odiamos sua conduta moral e seus atos. O vilão, não sofre simplesmente de falta de amor e rejeição, o livro é mais complexo, mostrando os altos e baixos do ser humano, recheado de dilemas, e de malandragem. É difícil amar o Hugo logo de início, afinal ele é um garoto de temperamento forte que afasta de si, aqueles que o amam, não quer se envolver com ninguém, e desconfia de todos, comete erros quase imperdoáveis.

Quando chega na Escola, vê um ambiente tipicamente brasileiro, com seus problemas, falta de verbas, nepotismo, falcatruas, e afins, mas é lá também que conhece os pixies grupo revolucionário, que tende a ver as maravilhas de nosso país antes de olhar pelos olhos europeus da maioria, são eles Vinícius Y-Ipiranga (Viny), Caimana IpanemaÍtalo Twice (Capí) e Virgílio OuroPreto (Índio). É por meio deles que Hugo passa a questionar sobre o que é certo e errado e a perceber que lado quer estar. A revolução deles buscar abrir os olhos para o mundo, para o que queremos para nós, e como podemos lutar por isso. A diversão fica por conta das travessuras desse grupo.

Durante todo o livro, Hugo comete erros terríveis, por várias vezes, parece que o "mocinho" do livro jamais se emendará que dali para ser o vilão está apenas uma virgula, mas aos poucos seu caráter vai sendo moldado com a ajuda dos amigos, que vão surgindo no caminho e do professor inconsequente que os ajuda sempre. 

O mais gostoso, é justamente o fato de aproximar o mundo mágico de J.K. da nossa realidade, é claro que referencias aos modos europeus existem, e muitas vezes com bom humor. Com certeza Renata Ventura, consegue nos fazer entrar em sua obra, torcer por esse ou aquele personagem, e ver parte de nossa realidade ali retratada, seja na exaltação do que temos de bom, ou na crítica daquilo que temos que rever.

O livro é uma experiência deliciosa, onde se vibra e se torce pela redenção de quem cresceu cercado pelo ódio e pela guerra do tráfico, eu me apaixonei pela leitura e já coloquei a continuação na minha lista de livor para 2015.

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